
Reduzir jornada é gerar emprego; aumentar só favorece patrão
18 de julho de 2016
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18 de julho de 2016A USP aprovou definitivamente um novo plano de demissão voluntária para funcionários técnicos-administrativos e um programa de redução de jornada de trabalho. As medidas têm o objetivo de atenuar a crise financeira que atinge a universidade.
Ainda foi definido que 16% das vagas da instituição serão reservadas para alunos de escolas públicas, parte delas para pretos, pardos e indígenas. A seleção para essas vagas será feita via Enem.
As medidas foram aprovadas nesta terça (12) pelo Conselho Universitário, instância máxima da universidade.
Este é o segundo plano de demissão aprovado na gestão do reitor Marco Antônio Zago. O orçamento para o plano é de R$ 118 milhões. Não há definição, por enquanto, de quantos servidores a USP quer demitir.
“Quem aderir é importante, sejam cinco ou 600. A redução com gastos da folha é a parte mais sensível, porque é onde a universidade tem maior dificuldade de economia”, disse o reitor.
O plano não atinge professores, apenas servidores técnico-administrativos. Médicos e profissionais de enfermagem também não poderão participar. Sem funcionários, o Hospital Universitário já reduziu os atendimentos.
A universidade conta com 15,5 mil técnicos. No último plano de demissão, desligaram-se 1.433 servidores – o que resultou em um gasto de R$ 281 milhões com indenizações.
Por outro lado, a redução de funcionários provocou uma economia de R$ 250 milhões (até junho).
Zago espera com a medida conseguir equalizar as contas até 2018. Desde 2013, o gasto com salários na USP tem sido superior aos recursos recebidos do Estado. A situação tem feito a universidade usar reservas para pagar as contas.
Até o mês passado, os gastos da USP com folha de pagamento ficaram 6% acima dos recursos recebidos. Sem as demissões, a USP calcula que o deficit seria de 9%. A indenização prevista para quem aderir inclui um salário por ano de trabalho e mais 40% do saldo do FGTS.
Sobre a redução de jornada, os servidores poderão baixar de 40 horas para 30 horas semanais, com diminuição proporcional de salário. A cada seis meses, quem aderir recebe um bônus.
Servidores ligados ao Sintusp criticam a proposta, argumentando que representa um sucateamento da universidade. “Nós não temos crise por falta de funcionários, mas temos uma má distribuição nas unidades”, disse o reitor.